Resolvi dar o cano. Nunca havia
feito isso, juro. Depois de 20 anos como profissional sempre fui firme em
minhas convicções de filho da geração X: bater o ponto é honrar as calças.
Mas aí, ao longo do caminho, isso
(Imag. I). Apesar de passar pelo mesmo caminho incontáveis vezes tudo pareceu
novo. Talvez a variável não seja externa, mas interna. Sei lá. Dizem que tal
coisa acontece ao menos uma vez na vida de todos. Sei lá.
Resolvi assumir as consequências
daquele ato infame. Sem destino, em segunda, de pisca alerta ligado para os
incomodados passarem pela faixa da esquerda, segui para o desconhecido mundo
dos sem ar condicionado, sem gravata, sem wifi, sem maquininha de café no fim
do corredor (Imag. II).
Naquele dia, sexta-feira, meu
horizonte mudou: “Alô. Redação? É. Não, não vou hoje. A pauta? Caiu. Sei. Não,
não. Sim, Sim. É, eu derrubei :) ... ... ... O chefe? Não, ele não. O RH. ...
... Não, não lamente. Estou bem. Não eu não estou bêbado. Drogas? Não. Bom, na
verdade, estou usando coisa muito pior (Imag. III). Tratamento? É possível. Na
verdade já acabei de começar um. Foi um prazer. Depois falo com o pessoal. E,
diga para o chefe não me escrever. Eu escrevo pra ele :)”
Meus pés estavam firmes naquela
decisão (Imag. IV). Pela primeira vez entendi porque as pessoas daquela cidade, apesar de
tantos problemas, relutavam em deixá-la.
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