sábado, 28 de fevereiro de 2015




O RIO PELAS LENTES DO CINEMA YANKEE

A MAIORIA DOS POLÍTICOS – SE NÃO TODOS DESTA ÉPOCA CINZENTA EM QUE VIVEMOS – deveriam invejar o presidente Juscelino Kubitschek. Um político inspirador, mas que, na visão de muitos – e eu me incluo neste número – deu uma grande mancada sobre a qual o Brasil nunca mais se recuperou e duvido que um dia vá. A retirada da capital federal do Rio de Janeiro desguarneceu totalmente a cidade que, naquela época, era maravilhosa. Em muitos aspectos ela ainda é sem dúvida nenhuma. O belo Rio inspira! Eu, se não fosse um nobre cearense, do Cedro, pedia a Deus para nascer carioca. Escrevo esta crônica motivado por uma gostosa produção do canal Globo News. No programa Arquivo N, feito para os 450 anos da capital fluminense, a mesma é mostrada pelas lentes do cinema, ao longo dos últimos 80 anos. Em 1929 já havia gente filmando por lá, em plena era do cinema mudo. Sim, o programa apresenta o Rio pelo olhar da sétima arte, com ênfase hollywoodiana. Fiquei feliz pelo Brasil apresentar por meio da Guanabara, Corcovado, Pão de Açúcar, Copacabana Palace Hotel e Cia. Ltda sua então capital, bonita, elegante, de arquitetura moderna e como locação preferida entre os cineastas estrangeiros, junto à Nova Iorque e Paris. Gostei mesmo de saber isso e sorri, me enchendo de orgulho. Como já disse, minha linhagem passa longe daquele canto do país, mas, enfim, como brasileiro fiquei feliz em saber que há mais de 300 filmes catalogados onde tem o Rio de Janeiro como locação. Quem me informa sobre isso é o crítico e pesquisador de cinema, Antonio Rodrigues, autor do livro “O Rio no Cinema”. Mas, aí vem a tristeza para estragar tudo: são centenas de obras de um tempo que não existe mais. Eram os glamourosos anos 30, 40 e 50. O que diriam Hitchcock, Cary Grant e Ingrid Bergman ao ver o Brasil, hoje. Tem mais: Orson Welles, Roger “James Bond” Moore, Jean-Paul Belmondo, o marinheiro Popeye, Brutus e Olívia Palito, a trupe de Walt Disney, Ginger Rogers e Fred Astaire, isso só para lembrar alguns que minha curta memória ainda me presenteia. Todos eles ou filmaram em terras cariocas ou tiveram suas personagens ligadas à cidade. Claro, o programa fala também do cinema nacional, mas aí o que vêm? Ora, muita bala com Tropa de Elite, porradas com o incrível Hulk, atropelos com Velozes & Furiosos e, para salvar a pátria, as ararinhas-azuis do Carlos Saldanha, the last generations de longas filmados por lá. É Juscelino, o senhor deveria ter deixado a capital federal onde ela sempre esteve. O Congresso seria mais vigiado – Brasília está tão longe! – os morros continuariam exalando uma pobreza poética – para dar samba! – e a nossa elite causaria mais inveja internacional por habitarem a cidade maravilhosa.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

É PRECISO entender mas, está cada vez mais difícil disso acontecer em nossa sociedade pós-moderna de "[...] Que o amor autêntico é um ato da vontade, e que envolve sacrifícios. Amar, então, é um movimento pessoal que surge do querer e se torna realidade no sacrifício [...]" (1). Ou seja, AMOR não tem haver com SENTIMENTOS, mas com AÇÕES nascidas da VONTADE.

DUAS PERGUNTAS INCÔMODAS

Diante da barbárie já institucionalizada nesta geração, eu não consigo resposta para duas perguntas:

1 - com tanta tecnologia militar apregoada desde os anos 50/60, a partir da Guerra Fria, pelo Ocidente, leia-se US e aliados, não se consegue nem se quer arranhar a disposição macabra destes extremistas do Estado Islâmico. A propaganda dos Estados Unidos, pela via cinematográfica, sempre nos fez crer que, se precisássemos de seus equipamentos hi-tech e de seus agentes super treinados, situações monstruosas vividas pelo mundo hoje seriam rapidamente desmontadas. Tantos já morreram ficando a certeza que vão continuar morrendo da mesma forma covarde que não li uma linha, ou vi um material jornalístico que aborde a "propagando enganosa" da superioridade dos países mais avançados quando realmente se precisa dela;

2 - também não vejo nos meios de comunicação do mundo aparições e falas veementes dos líderes religiosos e políticos muçulmanos exigindo a condenação do EI assim como de seus membros, Ainda estou pra ver isso!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

PENSO, LOGO DESISTO!



A SÁTIRA DOS FILHOS DO CARNAVAL
A maior festa do mundo bate a nossa porta com seus confetes e serpentinas, além das marchinhas inesquecíveis tocando sem parar. Sim, ainda há espaço para estas peças tão caras aos nossos avós. Talvez em clubes particulares ou num bloco ou outro de rua, teimoso em não se curvar aos megawatts dos sambas enredos. Mas, há os que preferem as multidões, os mela-melas e as escolas carnavalescas aceitando tudo que recebe o adjetivo de novo, moderno, luxuoso, politicamente correto e sensual. É assim que famílias inteiras se preparam para o bom e velho Carnaval. E lá se vão eles, juntinhos, arrastando seus filhos a mostrar-lhes o que é a tão esperada, famosa, badalada e midiática festa da carne. Nos corpinhos ainda mal formados de crianças, os adereços sensuais de mini blusas e shortinhos muito curtos – perdoe o pleonasmo! Se os filhos já forem “crescidinhos”, com seus 13, 14, 15 anos a coisa é diferente. Já não são os papais que os arrastam por entre decibéis tresloucados de paredões de som e a inebriante mistura de cerveja e nãos pode desenvolver traumas. Isso seria terrível para a sociedade em construção! Agora, o que não pode acontecer neste Carnaval é que pais e mães, tomados por algum delírio alucinante de responsabilidade e amor cristão, ensinem aos filhos o decoro e respeito ao próprio corpo, o controle dos instintos e o consumo parcimonioso e equilibrado durante os festejos. Isso, não!
suor no ar. Quem puxa agora o cordão dos jovens foliões são eles próprios, afinal, seu aprendizado de como se divertir vêm de outros carnavais. Nada demais em mostrar as primeiras curvinhas que brotam na cintura, a barriguinha pouco saliente e os músculos irrigados por litros de hormônios típicos desta idade. Nada demais. Assim eles aprenderam. E por que não? A menininha de cinco anos viu a roupa (?) de passista num programa de TV e pediu pra mãe uma igual. E por que não? Se a lei proíbe que pais possam dar palmadinhas, sejamos pós-modernos e ouçamos as vozes dos especialistas em comportamento dando liberdade aos desejos da criançada, afinal dizer muitos

Dhanilo Ramalho
Jornalista